No dia 13 de setembro, a Igreja celebra dois santos notáveis: São João Crisóstomo e São Pedro Claver. Aqui estão as histórias de cada um:
São João Crisóstomo (347-407)
São João Crisóstomo, conhecido como "O Boca de Ouro" por sua eloquência, foi um dos maiores pregadores da Igreja primitiva. Nascido em Antioquia, na Síria, por volta de 347, João era filho de uma família cristã piedosa. Desde jovem, ele demonstrou uma grande capacidade para a retórica e a teologia. Após a morte de seu pai, sua mãe, Anthusa, garantiu-lhe uma educação rigorosa, enviando-o para estudar com alguns dos melhores mestres da época.
João entrou para o mosteiro de Basílio de Cesareia, onde passou quatro anos em ascese e oração. Sua vida monástica foi interrompida por problemas de saúde, e ele retornou a Antioquia, onde foi ordenado sacerdote em 381. Ele começou a pregar com uma paixão e uma clareza que atraíram grandes multidões. Suas homilias abordavam temas de justiça social e moralidade, e sua capacidade de explicar as Escrituras de maneira prática e relevante fez dele uma figura influente na Igreja.
Em 397, João foi nomeado Patriarca de Constantinopla, um cargo que o colocou em conflito com a corte imperial e com outras autoridades eclesiásticas. Sua firmeza em questões de moralidade e sua crítica ao luxo e à corrupção o levaram a ser exilado. Durante seu exílio, continuou a escrever e a pregar, mantendo sua fé e integridade diante das adversidades.
São João Crisóstomo é lembrado por sua contribuição significativa à homilética e à teologia. Seus escritos sobre a Escritura e a moral cristã ainda são estudados e respeitados até hoje. Ele morreu em 407, em exílio, mas seu legado vive através de suas obras e do impacto de sua pregação.
São Pedro Claver (1580-1654)
São Pedro Claver nasceu em 1580, em Verdu, na Catalunha, Espanha. Desde jovem, Pedro sentiu uma forte vocação para o serviço missionário. Após sua entrada na Companhia de Jesus (jesuítas) e sua ordenação como sacerdote, ele foi enviado para a colônia espanhola de Cartagena, na atual Colômbia, onde dedicou sua vida ao serviço dos escravos africanos.
Cartagena era um dos principais portos de entrada de escravos africanos para as Américas, e Pedro Claver foi profundamente impactado pela condição desumana a que eram submetidos. Ele se dedicou a cuidar desses escravos, oferecendo-lhes assistência espiritual e física. Pedro Claver se tornava conhecido por sua compaixão e pelo cuidado com os enfermos e os moribundos. Ele usava seu conhecimento de várias línguas africanas para comunicar-se com os escravos e confortá-los.
Sua vida era marcada por uma intensa prática de caridade e uma profunda união com Deus. Ele acreditava que servir aos escravos era uma forma de servir a Cristo, e seu trabalho era um testemunho vivo da dignidade humana e da misericórdia divina. Pedro Claver também enfrentou oposição e dificuldades, mas manteve sua dedicação e compromisso com os mais pobres e marginalizados.
São Pedro Claver morreu em 1654, após uma vida de incansável serviço e dedicação. Ele foi canonizado em 1888 e é lembrado como um exemplo de amor e compaixão, especialmente para os marginalizados e oprimidos. Sua vida e obra continuam a inspirar o compromisso com a justiça social e a dignidade humana.
Essas histórias ilustram as vidas de dois santos cujas contribuições para a Igreja e para a humanidade foram profundas e duradouras.